A princípio, as redes sociais, portais e outros conteúdos digitais são frequentemente apontados como concorrentes do rádio, especialmente quando se trata de conteúdos produzidos pelas próprias emissoras. Neste artigo, vou explorar essa relação entre o meio rádio e o digital, analisando se eles são realmente concorrentes e se o meio rádio deve fechar os olhos para o digital. Vamos parar de pensar pequeno?
O digital é concorrente do Rádio?
A resposta para essa pergunta é complexa. Em primeiro lugar, é importante entender que as redes sociais, portais e outros conteúdos digitais podem ser usados como ferramentas complementares ao rádio. Eles podem ajudar as emissoras a promover sua programação, compartilhar conteúdos exclusivos e interagir com sua audiência de maneiras novas e criativas.
Por outro lado, esses conteúdos também podem ser vistos como concorrentes diretos do rádio. Quando uma emissora produz conteúdo exclusivo para suas redes sociais ou site, isso pode levar a uma redução do tempo de escuta do rádio pelos ouvintes. Isso ocorre porque os ouvintes podem optar por acompanhar o conteúdo em outras plataformas, em vez de sintonizar a emissora de rádio.
Além disso, as redes sociais e portais podem oferecer aos anunciantes oportunidades de publicidade mais precisas e segmentadas do que o rádio. Isso pode levar a uma mudança nos investimentos em publicidade dos anunciantes, afetando o faturamento das emissoras de rádio.
Mas eu te pergunto: não é melhor que o ouvinte consuma a sua marca em todas as plataformas do que se divida com seu concorrente?
Grandes meios de comunicação já montaram seu ecossistema de hábito de consumo de seus conteúdos e produtos, seja lá qual for a plataforma. O importante é que o seu cliente de audiência e publicidade esteja com você onde quer que você esteja.
O digital concorre com o meio rádio?
De acordo com pesquisa realizada pela Kantar IBOPE Media em 2021, o rádio atinge diariamente mais de 80 milhões de brasileiros.
Além disso, o rádio tem um alcance e uma acessibilidade que são únicos. É um meio de comunicação que pode ser ouvido em qualquer lugar, seja em casa, no carro, no trabalho ou na rua. Isso significa que o rádio pode alcançar audiências que outros meios de comunicação, como a TV e a internet, não conseguem.
Lembre-se também de que o rádio estabelece uma relação de confiança e proximidade com seus ouvintes, o que outras plataformas têm dificuldade em replicar. Os apresentadores e locutores de rádio criam frequentemente uma conexão única e são figuras familiares para seus ouvintes, o que é difícil de ser reproduzido em outras mídias.
O meio rádio deve fechar os olhos para o digital?
Não, o meio rádio não deve fechar os olhos para o digital. Na verdade, é essencial que as emissoras de rádio se adaptem ao mundo digital para permanecerem relevantes e competitivas.
As emissoras de rádio devem aproveitar as oportunidades que as redes sociais, portais e outras plataformas digitais oferecem para se conectarem com sua audiência de novas maneiras. Isso pode incluir a criação de conteúdo exclusivo para o digital. As redes sociais e portais de conteúdo não são concorrentes diretos do rádio. Eles podem até mesmo ser utilizados em conjunto para potencializar o alcance e engajamento da audiência. Afinal, muitas emissoras de rádio possuem páginas nas redes sociais e utilizam portais de conteúdo para divulgar sua programação e interagir com o público.
Outrossim, é importante que as emissoras de rádio não percam de vista a importância do meio rádio e não deixem de investir na produção de conteúdo de qualidade para essa plataforma. Afinal, o rádio é um meio de comunicação único, que permite uma conexão mais íntima e pessoal com a audiência.
No entanto, é importante destacar que o meio rádio não está fadado ao fracasso em meio ao avanço do digital. Na verdade, ele pode se reinventar e se adaptar às mudanças para continuar sendo uma opção relevante para os ouvintes e anunciantes.
Conclusão
Em resumo, as redes sociais, portais de conteúdo e plataformas digitais não são concorrentes diretos do meio rádio, desde que sejam utilizados de forma estratégica e integrada – croosmidia e transmidia. O rádio possui características únicas que o tornam um meio de comunicação importante e relevante para a audiência.
No entanto, é importante que as emissoras de rádio não fechem os olhos para o digital e estejam sempre buscando formas de se adaptar e aproveitar as oportunidades oferecidas por esse meio. Ao fazer isso, elas podem potencializar o alcance e engajamento da audiência e continuar sendo uma opção relevante para os ouvintes e anunciantes.
Cristiano Stuani
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