Vivemos uma era em que a Inteligência Artificial se posiciona para dominar as ondas sonoras. Sou um fervoroso defensor da IA. Vejo seu valor inestimável, aplaudo suas realizações e, sem sombra de dúvida, afirmo que ela tem um papel vital na programação musical. Mas meu conselho? Use, mas cuide. Aproveite, mas não caia em ciladas. Use, mas não se acomode. Por isso, neste texto eu pergunto: IA na programação musical é Perigo ou Progresso?
Por que essa cautela? Porque a IA, com toda a sua destreza, não entende a efervescência de um primeiro amor, a profundidade da saudade ou a energia de um momento único. Ela pode calcular, antecipar e até “interpretar” emoções, mas nunca as sentirá de verdade. E a música, meus amigos, é a personificação da emoção.
E se alguém te falar que é possível automatizar 100%? Bem, tecnicamente é. Mas a sensibilidade humana? Essa sempre fará a diferença. E se esse mesmo alguém insistir no contrário, está claramente alheio à alma da rádio. Não entende o ouvinte. Pois o ouvinte é muito mais do que um simples dado em pesquisas; é uma entidade que precisa ser compreendida nas ruas, sentida nos apertos de mão.
Cuidados primários
Se você está considerando usar a IA em sua rádio, é excelente! Porém, é vital empregar a IA sem perder a essência da música. Aqui vai um guia para te ajudar:
1 – A Essência da Playlist: Automatize, mas mantenha sua essência emocional intacta.
2 – Instruções com Intuição: Ao programar a IA, insira a sensibilidade humana que ela não pode simular.
3 – Balanceando Decisões: Estilo, ritmo, público. Será que a IA capta todas as nuances subjacentes?
4 – Curadoria Ativa: Mesmo com a IA, o toque humano na seleção musical é insubstituível. A IA sugere, você decide.
Você sabia que a música tem poder de cura? Segundo a “American Music Therapy Association”, a música pode ajudar a aliviar a dor, melhorar a recuperação pós-cirurgia e até reduzir os sintomas da depressão.
Você imagina que a música incentiva ao consumo? Um estudo da “Journal of Retailing and Consumer Services” revelou que a música ambiente adequada pode aumentar as vendas em até 9,1%.
É de seu conhecimento que um cantor ou DJ analisa cada reação do público para alterar ou manter sua sequência musical durante um show?
Olha o quanto é delicado fazer uma programação musical.
E você me pergunta: “Cristiano, uma programação musical pode ser excepcional com IA?”. Absolutamente. Já conduzi testes que me deixaram boquiaberto com os resultados. Porém, eis o segredo: mesmo que a IA te ofereça uma seleção quase divina, ela sempre necessitará do discernimento humano, do nosso toque singular. Isso é algo que apenas nós podemos oferecer.
Então, enquanto abraçamos a maravilha que é a IA, e reitero, sou totalmente a favor de sua adoção, é crucial não se deixar encantar por completo. Preserve a intuição e a sensibilidade que apenas nós, seres humanos, possuímos. Automatize, mas saiba quando intervir. Empregue a tecnologia, mas nunca sacrifique sua essência.
Concluindo
Ao final, a IA é uma parceira formidável na programação musical. Contudo, é imperativo lembrar: a música é um portal para a alma, e a alma é um território que a IA ainda não conquistou. Portanto, ao utilizar essa ferramenta, assegure-se de sempre dar o toque final. E eu, que sou um ardente defensor da IA, lhe digo: com equilíbrio e empatia, você conseguirá extrair o melhor de ambos os mundos.
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